Feliz Ano Novo… De Novo Nacional Online
A dupla Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos vai encarnar personagens do cotidiano para falar sobre as mudanças que ocorrem ao longo dos anos. Com a ajuda de uma plateia, eles irão trazer diversas esquetes que fazem repensar o presente e inspiram um recomeço.
Não basta entender a piada que está no roteiro para fazer humor, e Lázaro Ramos e Ingrid Guimarães sabem muito bem disso. Em décadas de carreira (sim, ambos começaram cedo), eles conseguiram transformar o cenário do humor no Brasil como personagens importantes em novelas, filmes, especiais de TV, cinema e teatro. Ambos têm a compreensão de que a piada pode ser escrita com primor, mas, se interpretada de qualquer jeito, não fará ninguém rir. Para isso, é o famoso “tempo” a ferramenta necessária para todos que trabalham com humor, algo que neste especial temático do Prime Video conseguiram aproveitar com graça – mas não apenas a do riso, e sim a do talento como estado de ser. Em “Feliz Ano Novo… De Novo”, Lázaro e Ingrid estão afiados com espaço cronometrado e linguagem liberada.
Aqui, os diretores Pedro Antônio e Carol Durão apresentam um produto de pouco menos de uma hora, repleto de esquetes que se revezam em jogos de câmera para permitir fluidez ao espectador. Desta forma, há um cenário principal, no qual tanto Ingrid quanto Lázaro entoam piadas, anedotas, memórias e canções (sim, ambos cantam), e uma banda de fundo dá o tom musical enquanto a plateia se diverte. Porém, há diversas esquetes nas quais os dois se revezam no protagonismo, e fazem isso com participações especiais, como Karina Ramil, Juliette, Lindsay Paulino, Késia Estácio e Bia Guedes, entre outros. No geral, a experiência é rápida, e o passageiro desta viagem é um espectador pego de surpresa.
Com roteiro de Luciana Guimarães, Fil Braz, Adalberto Neto, Lívia La Gatto e do próprio Pedro Antônio, este especial traz esquetes com temas geralmente considerados tabus pela TV aberta, como o empoderamento sexual masculino, o racismo estrutural, a xenofobia velada de uma capital do Sudeste, a importância da diversidade e da inclusão (e uma brincadeira com o gênero neutro) e um encontro do “terceirão para a vida”, ou seja, quando antigos amigos do ensino médio se reveem após anos, quando ninguém tem absolutamente mais nada em comum. Em cada esquete, Lázaro e Ingrid se desdobram em tipos diferentes de humor, como o lado mais sutil da crítica ácida, a linguagem corporal exacerbada, as nuances que costumam incomodar os conservadores e, principalmente, as possibilidades de haver menos cortes por se tratar, ainda que seja de uma linguagem televisiva, de algo voltado ao público de streaming, que não suporta censuras desse tipo.